quinta-feira, 26 de março de 2009

Uns dizem que eu não sinto o que escrevo.
Alguns dizem que não escrevo aquilo que sinto.
Outros vão além: Dizem que não sei escrever como se deveria saber escrever.
Ora, estou cansado da exatidão do pensamento!
Se escrevo como um louco ou um doente ou um amante ou uma puta ou um velho,
É porque não quero ter que explicar aquilo que não se deve explicar: A alma é inexprimível.

E que vá pro diabo aquele que não tiver uma alma!


Bizza.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A praça.


Era ele e o banco.
Ele e os pombos.
O vento mais ele.
A dor dissonante.

Era ele e as nuvens.
Ele e os casais.
As folhas mais ele.
A tristeza errante.

Era ele e as cartas.
Ele e o caminho de terra.
A chuva mais próxima.
O desespero certeiro.

Era ele, só ele.
Ele bem velho.
A vida menos ele.
Sua vida sem ele.Ele sem vida.


Bizza
Pulmões inflados de surrealismo concreto.
Em dias como esse é difícil não ouvir o som das cores na rua.
Me chama, insiste e me pede.
Hesito, torço o nariz e acabo dizendo sim.
Como não sorrir com você tão perto de mim?
Pulmões inflados da brisa leve.
Compassados num só ritmo há muito esquecido
:A incompreensível passagem da paz pela carne.
A leveza instalada no músculo responsável;


Bizza.